Páginas

terça-feira, 2 de julho de 2013

O amor ao próximo

O amor não é Eros, que sempre cobiça, mas Ágape, que jamais acabará.
A novidade, a originalidade do amor é ele não participar do círculo vicioso
que vai do mal ao mal e da reação à revolução.

O amor é "justiça equalizadora eterna" (Kierkegaard),
porque a ninguém justifica segundo o próprio desejo;
O amor edifica a comunidade porque unicamente procura comunhão;
O amor nada espera porque já atingiu o alvo;
nada procura, porque já encontrou;nada quer porquanto já realizou;
nada pergunta, pois já sabe;
não luta porque já venceu.
O amor não contradiz e, por isso, não pode ser refutado;
não concorre e, portanto, não é vencido;
não busca decisão e, conseqüentemente, ele próprio é a decisão.

O amor destrói os ídolos
porque não cria outros.

Karl Barth - Teólogo Alemão 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Paul Tillich - Liberdade

Liberdade
Paul Tillich
O homem é livre na medida em que tem linguagem. Com sua linguagem, ele tem os universais que o liberam da prisão à situação concreta à qual até mesmo os animais superiores estão sujeitos.
O homem é livre na medida em que é capaz de levantar perguntas a respeito do mundo que ele encontra, incluindo a si mesmo, e de penetrar em níveis sempre mais profundos de realidade.
O homem é livre na medida em que é capaz de receber imperativos incondicionais, morais e lógicos que indicam que ele pode transcender as condições que determinam todo ser finito.
O homem é livre na medida em que tem o poder de deliberar e decidir, rompendo assim os mecanismos de estímulo e resposta.
O homem é livre na medida em que pode jogar com, e construir estruturas imaginárias acima das estruturas reais às quais ele, como todos os seres, está preso.
O homem é livre na medida em que tem a faculdade de criar mundos acima do mundo dado, o mundo dos instrumentos e dos produtos técnicos, o mundo das expressões artísticas, o mundo das estruturas teóricas e das organizações práticas.
Finalmente, o homem é livre na medida em que tem o poder de contradizer-se a si mesmo e a sua natureza essencial. O homem é livre até mesmo com relação à sua liberdade; isto é, ele pode abdicar de sua humanidade [...]
[Paul Tillich – Teologia Sistemática – Editora Sinodal, IEPG – São Leopoldo, RS – 1987 – página 208]